A vida tem um padrão
Um sim e um não
Um arroz com feijão
Um samba canção
A vida tem um ritmo
Uma batucada
Uma nota errada
Uma desafinação
E a canção fica estragada
A vida é metida
Finge que sabe
Mas vive perdida
A vida não mente
Mas é incapaz
E saber o que sente
Uma doente em recuperação
Sempre sofrendo de dor no coração
Sempre buscando uma solução
A vida é indiferente
Incoerente
Envolvente
Aguardente
A vida é um cobertor
As vezes te aconchega
Ou te mata de calor
Te afoga no ardor
Te afaga em amor
Te enlaça na paixão
Te circunda na solidão
Te apresenta o vocábulo “não”
A vida te fascina
Ao virar de cada esquina
Cínica e brincalhona
Trapaceira e inocente
Uma eterna concorrente
A vida é incompreensível
Não existe manual
Não me leve a mal
Mas se quer saber
A “vida” só pode ser mulher
É a única explicação
Para tanta contradição