Bem vindos ao meu canto criativo. Não poder me expressar é quase sinônimo de não poder respirar.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

King of Prepositions

In the midst of the silence
On the top of the hour
At the end of the sentence
With a pinch of irony
From the corner of the land
Into the center of my anger
Without any scruples
Under blankets of protection
Outside the realm of my safe spot
Near the unanswerable questions
Over layers of damaged goods
Behind the cover of darkness
Between forces past and present
Following many fingers typing
Around fountains of evasiveness
Before thought can be of service
After words become enigma
Beneath rubbles of constructed peace
Against most odds, oddly enough
…. There you are
King of all prepositions
Never repeating a word
Never forgetting a sentence
Never answering questions

But not saying never… just not saying anything at all

sábado, 4 de junho de 2016

A VIDA

A vida tem um padrão
Um sim e um não
Um arroz com feijão
Um samba canção

A vida tem um ritmo
Uma batucada
Uma nota errada
Uma desafinação
E a canção fica estragada

A vida é metida
Finge que sabe
Mas vive perdida

A vida não mente
Mas é incapaz
E saber o que sente
Uma doente em recuperação
Sempre sofrendo de dor no coração
Sempre buscando uma solução

A vida é indiferente
Incoerente
Envolvente
Aguardente

A vida é um cobertor
As vezes te aconchega
Ou te mata de calor
Te afoga no ardor
Te afaga em amor
Te enlaça na paixão
Te circunda na solidão
Te apresenta o vocábulo “não”

A vida te fascina
Ao virar de cada esquina
Cínica e brincalhona
Trapaceira e inocente
Uma eterna concorrente

A vida é incompreensível
Não existe manual
Não me leve a mal
Mas se quer saber
A “vida” só pode ser mulher
É a única explicação
Para tanta contradição

domingo, 8 de maio de 2016

A PAUSA

Loucuras loucas
Vozes roucas
Boas e poucas
Depois a pausa

Barulhos barulhentos
Humores rabugentos
Pensamentos sedentos
Logo a pausa

Lagrimas intrusas
Ideias confusas
Palavras difusas
De repente a pausa

A alma descansa
Renova-se a esperança
Organizam-se as ideias
Desfazem-se as teias
Escrevem-se os poemas
Resolvem-se os dilemas
Respiram-se os alentos
Refrescam-se os ventos
Dorme-se uma soneca
Joga-se uma peteca
Lembra-se da essência
Aprende-se paciência

A pausa termina
Se aperta o play


“Have a nice day

quarta-feira, 13 de abril de 2016

DES-DESCULPAS

Se te amei demais, me desculpe
Não foi minha intenção
São apenas emoções
Reações
Químicas
Matemáticas
Nada diplomáticas

Se te amei demais, me desculpe
Alguém precisava sentir
algo nesta relação
senão
o que era?
oração sem verbo?
Bolo sem açúcar?
Adolescente sem celular.
Macarrão sem molho.

Se te amei demais, me desculpe
por querer uma segurança
Um toque
Uma surpresa
Um carinho
Um algo

Se te amei demais, me desculpe
Por ser apenas humana
Não insana
Sentimental
Emocional
Mulher

Se te amei demais, me desculpe
Por cuidar bem de você
Por chorar e sofrer
Por desejar
Dormir e acordar
em amor pacificado
doado
reciprocado

Se te amei demais, me desculpe
E te perdoo por ter me amado de menos,
Ou pior
Por eu ter que viver
Sem saber
Se você algum dia me amou

PS: Retiro minhas desculpas.
Se te amei demais...
de nada.

quinta-feira, 31 de março de 2016

O TEMPO

Tempo fugitivo
Furtivo
Amigo e inimigo
Bacana e sacana
Um tempo que engana

Amanhã eu faço
Hoje eu fiz
Ontem esqueci de ser feliz
Logo terminarei
O quando eu não sei
Um ano, dois anos,
Uma década, “one day”

As rugas me assolam
Como rachaduras escuras
Rasgando o espelho
Ironizando doçuras
O sono me assombra
Eterno e presente
Não durmo suficiente
Para alcançar o tempo

Um jogo de pega-pega
Cobra cega
Esconde-esconde
Perdi o bonde
Meu alarme falhou
O tempo não esperou

Mais um aniversário
Queimei outro diário
Comprei um novo dicionário
Para tentar compreender
O que o tempo quer dizer
Neste novo fuso horário

Proferi um novo adeus
Vi outro bebê nascer
Uma criança cuidando de outra
Na brincadeira de viver
Um minuto de juventude
Um milênio de sofrer
Tomei outro tylenol
Daqui a pouco estou melhor
Deixa o tempo resolver

O tempo e a melancolia
Às vezes batem papo
Às vezes batem boca
Às vezes batem bola
O tempo e a alegria
Se encontram nas praças
No jogo de dama
No jogo de cartas
No jogo de Xadrex
O rei morreu
Agora é sua vez

O tempo é constante
Une e separa os amantes
O tempo é errante
Volúvel a todo instante

O tempo é de ninguém
Tempo ninguém tem
Tempo para falar do tempo
É uma perda de tempo
Não tenho tempo para isso
Vou dar um sumiço

Por um tempo se for preciso

domingo, 6 de março de 2016

Lust

Does there have to be a "moment"
or just an encounter
to make me want you
not like you nor love you
just want you

Must I know your deep desires

and talk for hours
to long to undress you
not caress you nor possess you
just undress you

Should I look deep in your eyes

discover your lies
to crave you inside me
not around me nor above me
just inside me

I don't need all the foreplay

just the foul-play
I don't care about the "how"
I just want it now 

quinta-feira, 3 de março de 2016

BLACKOUT

O escuro acompanha o silêncio
No escuro eu acendo um incenso
No escuro se encontra um consenso
Entre o estável e o suspenso

No escuro se escuta o vento
se assoma o momento
ouve-se o relógio de parede
“tic-tac”, “mãe estou com sede”
“o wifi não funciona”
“que vida cafona”
“Preciso de tecnologia”
“Cabou minha bateria”
Cadê a estática?
No escuro a vida fica prática

No escuro se pula na cama
Se toca violão
Se acende uma vela
Se canta a capella
Se abrem os livros
Se ouvem histórias
Memórias
Contos e ditados
No escuro abraços são dados

No escuro durmo em silêncio
E penso
Viro para os lados
Não há seriados
Breaking bad, walking dead
Just a pillow under my head
Todo mundo dorme cedo
Alguns em paz, outros com medo

Está escuro porque não está claro
Está claro ao ficar escuro
Pois eu vejo por cima do muro
dos cabos e sinais trocados
Eu vejo o que foi e o que poderia ser
O que se ganhou o que se deixou desvanecer
A realidade e a outra realidade
Também real, mas não sempre verdade

O escuro é temporário
O mundo precisa de um horário
A luz voltou
Agora para onde vou?

sábado, 13 de fevereiro de 2016

TIROTEIO

Tiroteio
Tira meu devaneio
Meu sono, meu anseio
Me acorda com sua raiva
Sua violência
Me arrebata sem clemência
Me faz refém da sua maleficência

O sono eu procuro
No escuro
O medo eu encontro
Barulho
Gritos
Apitos
Calibre
Ratatatata
Guerra pacificada
Paz adulterada

Cachorros latem
Crianças dormem
A lua brilha sem pestanejar
O mundo gira
O tiro voa
A moça teme não acordar

Silêncio estuprado
O mundo deu errado
Policiais e bandidos
A noite em perigo

A horas se prolongam
A noite se delonga
E quanto assim termina
O sol nasce na esquina
Os pássaros contentes
Cantam eloquentes
Nada aconteceu
A vida continua
Chegou o cessar fogo
Temporariamente
O sono continua
Mas o lindo sol quente
Renasce a esperança na gente

Talvez o dia chegue
Quando as armas não existam
E o silêncio persista
Como há de ser
Madrugada de sono
Noite sem dono

Vida sem morrer

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Leilani

When did this little girl grow?
Somebody tell me because I don’t know.
Memories scramble inside my conscience
A little child playing princess
A little mermaid in the ocean
A little pearl under the see
A little smile in the crowd
A little virgin running free
The dress got stained, but not the heart
The heart got broken, but not the soul
From heaven roared a mighty thunder
A sound that no one could control
From heaven poured a mighty rain
But all it did was make her bold
When did this little girl grow?
Somebody tell me because I don’t know.
Someone heard her sing a tune
And it took them to the moon
A sound so soft, a sound so sweet
A smile so tender to the eyes
A voice little a million angels
Shedding tears and saying goodbyes
A woman glowing in the sun
A lady loved by everyone
She will fill her life with laughter
With her love… happily ever after.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

ARTE

A arte é eterna
Moderna
Baderna
A arte é corrente
Ardente
Doente

A arte é terrível
Temível
Imprevisível
A arte é formosa
Ruidosa
Caprichosa

A arte é som
Violão
Lampião
Paredes
Prédios
Remédios
Desenhos
Pinturas
Arquiteturas
Gravuras
Feiuras

A arte é tecnologia
Orgia
Magia
Drogas
Carambolas
Comidas
Bebidas
Facebook
Outlook
look

A arte é nudez
Mulher
Libido
Sentido
Sexo
Dança
Trança
Cores
Odores
Amores

A arte é nada
Buracos
Dinheiro
Pichação
lixo
Carrapicho
Bicho
Papel
Jornal
Banal

A arte é morta
Torta
Remota

A arte muito fala
E muito diz
Mas a maior arte de todas
É a arte de ser feliz

Esta arte não se cria
Se encontra

Nos verbos transitivos
Vivos
Nos beijos molhados
Doados
No riso vibrante
Contagiante
Na vida aleatória
Compulsória
Na alma fugaz
Em paz

A arte é temporária
Ordinária
Precária
Minúscula
Maiúscula
Insignificante
Importante
Elegante

A arte é

a vida também.

Viva-a bem

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

SONHOS

Quando os sonhos se perdem
Eles buscam novos ventos
Momentos
Tormentos
Cata-ventos

Quando os sonhos se perdem
Não ouvem sua voz
Seu suspiro
Respiro
Murmúrio

Quando os sonhos se perdem
Eles ficam em silêncio
Calados
Domados
Alterados

Quando os sonhos se perdem
O tempo não para
Não espera
Não olha para trás
Não procura mais

Quando os sonhos se perdem
Diga apenas adeus
Bons ventos te levem

Sonhos são como penas
Antenas
Ideias apenas

O sonho é abstrato
Subjetivo
Relativo

O sonho eres tu
Real
Humana
Viva
Pensante
Ambulante
Pulsante

Se os sonhos se perdem
Perdeu-se nada
Mas não te percas tu
Não fiques cansada
Se tu te perdes
Perdeu-se tudo
Acabou-se o mundo

Se tu te encontras
O sonho renasce
Deixe que o tempo passe
e pague suas contas


Se tu te encontras
O sonho se renova
Um sonho diferente
Como uma nascente

Se tu te encontras
O sonho aparece
Como uma prece

Quando os sonhos se perdem
Não tente encontra-los
São como uma pipa
Que o vento levou
E outra criança encontrou

Quando os sonhos se perdem
Pegue um pincel
Tinta e papel
Misture as cores
Junte os amores
Até criar um branco
Liso puro
Um branco escuro
E volte a pintar
Criar
Brincar
Voar

E com o tempo ... a sonhar