O escuro
acompanha o silêncio
No
escuro eu acendo um incenso
No
escuro se encontra um consenso
Entre o
estável e o suspenso
No
escuro se escuta o vento
se assoma
o momento
ouve-se
o relógio de parede
“tic-tac”,
“mãe estou com sede”
“o wifi
não funciona”
“que
vida cafona”
“Preciso
de tecnologia”
“Cabou
minha bateria”
Cadê a
estática?
No
escuro a vida fica prática
No
escuro se pula na cama
Se toca
violão
Se
acende uma vela
Se canta
a capella
Se abrem
os livros
Se ouvem
histórias
Memórias
Contos e
ditados
No
escuro abraços são dados
No
escuro durmo em silêncio
E penso
Viro
para os lados
Não há seriados
Breaking bad, walking dead
Just a pillow under my head
Todo mundo
dorme cedo
Alguns
em paz, outros com medo
Está
escuro porque não está claro
Está
claro ao ficar escuro
Pois eu
vejo por cima do muro
dos
cabos e sinais trocados
Eu vejo
o que foi e o que poderia ser
O que se
ganhou o que se deixou desvanecer
A
realidade e a outra realidade
Também
real, mas não sempre verdade
O escuro
é temporário
O mundo
precisa de um horário
A luz
voltou
Agora
para onde vou?
"A luz voltou
ResponderExcluirAgora para onde vou?"
Perfeito. É isso que acontece quando a luz volta. Quase como uma tristeza de ter chegado ao fim aquele momento no escuro.