Bem vindos ao meu canto criativo. Não poder me expressar é quase sinônimo de não poder respirar.

quinta-feira, 3 de março de 2016

BLACKOUT

O escuro acompanha o silêncio
No escuro eu acendo um incenso
No escuro se encontra um consenso
Entre o estável e o suspenso

No escuro se escuta o vento
se assoma o momento
ouve-se o relógio de parede
“tic-tac”, “mãe estou com sede”
“o wifi não funciona”
“que vida cafona”
“Preciso de tecnologia”
“Cabou minha bateria”
Cadê a estática?
No escuro a vida fica prática

No escuro se pula na cama
Se toca violão
Se acende uma vela
Se canta a capella
Se abrem os livros
Se ouvem histórias
Memórias
Contos e ditados
No escuro abraços são dados

No escuro durmo em silêncio
E penso
Viro para os lados
Não há seriados
Breaking bad, walking dead
Just a pillow under my head
Todo mundo dorme cedo
Alguns em paz, outros com medo

Está escuro porque não está claro
Está claro ao ficar escuro
Pois eu vejo por cima do muro
dos cabos e sinais trocados
Eu vejo o que foi e o que poderia ser
O que se ganhou o que se deixou desvanecer
A realidade e a outra realidade
Também real, mas não sempre verdade

O escuro é temporário
O mundo precisa de um horário
A luz voltou
Agora para onde vou?

Um comentário:

  1. "A luz voltou
    Agora para onde vou?"
    Perfeito. É isso que acontece quando a luz volta. Quase como uma tristeza de ter chegado ao fim aquele momento no escuro.

    ResponderExcluir