Bem vindos ao meu canto criativo. Não poder me expressar é quase sinônimo de não poder respirar.

quinta-feira, 31 de março de 2016

O TEMPO

Tempo fugitivo
Furtivo
Amigo e inimigo
Bacana e sacana
Um tempo que engana

Amanhã eu faço
Hoje eu fiz
Ontem esqueci de ser feliz
Logo terminarei
O quando eu não sei
Um ano, dois anos,
Uma década, “one day”

As rugas me assolam
Como rachaduras escuras
Rasgando o espelho
Ironizando doçuras
O sono me assombra
Eterno e presente
Não durmo suficiente
Para alcançar o tempo

Um jogo de pega-pega
Cobra cega
Esconde-esconde
Perdi o bonde
Meu alarme falhou
O tempo não esperou

Mais um aniversário
Queimei outro diário
Comprei um novo dicionário
Para tentar compreender
O que o tempo quer dizer
Neste novo fuso horário

Proferi um novo adeus
Vi outro bebê nascer
Uma criança cuidando de outra
Na brincadeira de viver
Um minuto de juventude
Um milênio de sofrer
Tomei outro tylenol
Daqui a pouco estou melhor
Deixa o tempo resolver

O tempo e a melancolia
Às vezes batem papo
Às vezes batem boca
Às vezes batem bola
O tempo e a alegria
Se encontram nas praças
No jogo de dama
No jogo de cartas
No jogo de Xadrex
O rei morreu
Agora é sua vez

O tempo é constante
Une e separa os amantes
O tempo é errante
Volúvel a todo instante

O tempo é de ninguém
Tempo ninguém tem
Tempo para falar do tempo
É uma perda de tempo
Não tenho tempo para isso
Vou dar um sumiço

Por um tempo se for preciso

Nenhum comentário:

Postar um comentário